segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Funcionamento da Língua

Orações:

Luís de Camões escreveu os Lusíadas quando estava na Índia.   
  • "Luís de Camões escreveu os Lusíadas- Oração Subordinante
  • "quando estava na Índia- Oração Subordinada Temporal 
Vasco da Gama não saiu do barco, porque prometeu ao seu rei não o fazer.
  • "Vasco da Gama não saiu do barco"- Oração Subordinante
  • "porque prometeu ao seu rei não o fazer"- Oração Subordinada Causal
 Os deuses reuniram-se no Olimpo, pois precisavam de decidir o destino dos portugueses.
  • "Os deuses reuniram-se no Olimpo,"- Oração Coordenada
  • "pois precisavam de decidir o destino dos portugueses"- Oração Coordenada Explicativa
 O Luís teve que escrever estas frases embora não tivesse vontade de o fazer.
  • "O Luís teve que escrever estas frases"- Oração Subordinante
  • "embora não tivesse vontade de o fazer"- Oração Subordinada Concessiva
Vou ao cinema, se não fizer frio.
  • "Vou ao cinema"-Oração Subordinante  
  • "se não fizer frio"- Oração Subordinada Condicional

Poemas de Camões

Alma minha gentil, que te partiste
Alma minha gentil, que te partiste 
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste, 
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
 

Comentário: Escolhi este poema porque fala sobre alguém que ja partiu/faleceu e que transmite muitas saudades ao poeta ao ponto de querer "ir ter com ela" o mais rápido possível.

Poemas de Camões

Ao desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.

Comentário: Escolhi este poema porque penso que fala sobre o que acontece no mundo, os "maus" são felizes e os "bons" infelizes o que deveria ser ao contrário.

Poemas de Camões

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Comentário: Escolhi este poema porque fala sobre a mudança dos tempos e por consequência a mudança dos hábitos, valores das pessoas...

Poemas de Camões

Verdes são os campos


Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

Comentário: Escolhi este poema de Luís de Camões porque é o poema do autor que conheço à mais tempo e porque fala sobre a natureza.

Poemas de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;                   
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

 
Comentário: Escolhi este poema porque além de ser um dos mais conhecidos, é um dos mais bonitos.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mistificação do Herói

N’Os Lusíadas, Camões apresenta os portugueses com se fossem deuses. Isto acontece porque segundo o autor foi necessário os deuses reunirem-se no Olimpo para decidirem se deixarão ou não que os portugueses chegassem a índia;
Nesta reunião Vénus e Marte eram a favor dos portugueses mas Baco era contra porque tinha medo que se os portugueses lá chegassem lhe, roubassem o domínio do comércio do oriente.
Ao colocar os deuses ao mesmo nível dos portugueses, Camões mitifica-os por fazer deles deuses.


Estrofe 31 – Canto II

Nesta estrofe, Vasco da gama dirige-se a Deus para pedir ajuda porque os portos por onde têm passado são inseguros e os humanos não conseguem sozinhos escapar as armadilhas que são feitas contra eles.

Estrofe 32

Vasco da gama refere que se Deus tem piedade ao povo português os ajude a afastar-se das armadilhas e a encontrarem um porto seguro onde sejam bem recebidos.

Estrofe 33

Vénus ao ouvir o pedido de ajuda de Vasco da gama dirige-se a Júpiter para o informar de que as suas decisões não estão a ser respeitadas.

Estrofe 39

Vénus dirige-se a Júpiter dizendo-lhe que pensava que ele a amava e que no que a ela diz respeito estaria sempre ao seu lado.
Acrescenta ainda que foi infeliz quando pediu ajuda para os portugueses e que Baco tinha conseguido impor a sua vontade.

domingo, 21 de novembro de 2010

Narração

Os Lusíadas

Na estrofe 19, Camões refere que armada de Vasco da Gama se encontrava já a meio da viagem no Oceano Índico, o mar com algumas ondas estava calmo e o vento empurrava as caravelas na sua viagem a caminho da Índia.


Nota: 
- A partir da estrofe 20 do canto I, Camões interrompe a Narração da viagem de Vasco da Gama para falar sobre o Concilio dos Deuses.
Este episódio serve a Camões para elogiar os portugueses.

Ao colocar os Deuses a preocuparem-se com a viagem de Vasco da Gama por temerem que os portugueses lhes roubem a fama no oriente, Camões eleva os portugueses aonível sos próprios Deuses. O Deus que mais temia o poder de Vaso da Gama era Baco (Deus do vinho e do comércio) e Marte (Deus da Guerra) e Vénus (beleza e amor) estavam a favor dos portugueses.

Invocação

Os Lusíadas

Na invocação, Camões pede ajuda “Dai me” ás Deusas do Tejo “as Tágides”.
Até àquele momento, Camões tinha escrito sonetos e canções, poesia lírica, mas naquela época ele pretendia escrever uma poesia diferente – poesia épica.
A poesia lírica era simples, humilde e normalmente acompanhada á flauta.
Camões queria escrever poesia épica que é um tipo de poesia mais elevada, própria para contar feitos de heróis e por isso devia ser acompanhado de trompete.
Como esta poesia nova era muito mais exigente, Camões pede ajuda para conseguir escrevê-la.
Invocar é pedir ajuda, por isso Camões utiliza o vocativo para se dirigir as Tágides e os verbos no imperativo para pedir ajuda.

Dedicatória

Os Lusíadas

É a parte do poema que Camões dedica a sua obra a D.Sebastião.
Com os versos 2,3,4, Camões pretende significar que Portugal é um país com muito Sol, em que as horas do dia são muitas.
Na estrofe 8 Camões dirige-se a D. Sebastião e diz-lhe que espera que ele domine os Mouros, que se encontram em África e na Ásia (Índia).
Na estrofe 10, Camões promete ao rei ("vereis") ver o seu patriotismo e a sua dedicação e ainda a exaltação do povo português e que o rei poderá então verificar o que é melhor: se ser senhor do mundo, se ser rei dos portugueses.
Na estrofe II, Camões continua a dizer ao rei D. Sebastião que os feitos dos portugueses são de tal modo importantes que ultrapassaram as aventuras dos heróis antigos, sobretudo porque são feitos verdadeiros enquanto que outros eram inventados.
Na estrofe 15, Camões dirige-se a D.Sebastião aconselhando-o a tornar-se num rei exemplar, porque no momento não pode escrever sobre ele por D.Sebastião não ser ainda reconhecido pelos seus feitos heróicos, dada a sua pouca idade, mas prometia-lhe, no futuro contar tudo sobre a sua acção grandiosa.

Proposição

Os Lusíadas

 Cada estrofe pode chamar-se também de oitava ou estância, Nós Lusíadas.
Na proposição, Camões diz que vai cantar os feitos dos portugueses, nomeadamente, os navegadores, os reis e todos os outros heróis, em conclusão, vai cantar todo o povo português.
Os reis de que Camões vai falar são aqueles que dilataram a fé cristã e o império/Portugal. Os navegantes escolhidos foram aqueles que, partindo de Portugal/ “Ocidental Praia Lusitana”, por mar conquistaram novos territórios, em África, na América e na Ásia.
Todos estes marinheiros passaram grandes privações para realizarem com sucesso as suas viagens.
Os outros heróis portugueses foram aquelas pessoas que por serem escritores, cavaleiros e outros conseguiram pelos seus feitos, conquistar a imortalidade (“ se foram da lei da morte libertando”).
Na proposição, Camões diz, ainda, que cantara “ cantando espalharei” por todo mundo a forma dos portugueses com a condição de o talento, o ajudar.
Acrescenta ainda que a fama dos heróis antigos será completamente ultrapassada, quando ele divulgar a fama dos heróis portugueses.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Estrutura Interna e Externa

A estrutura interna relaciona-se com o conteúdo do texto. Esta obra mostra ser uma epopeia clássica ao dividir-se em quatro partes:
  • Proposição - introdução, apresentação do assunto e dos heróis (estrofes 1 a 3 do Canto I);
  • Invocação - o poeta invoca as ninfas do Tejo e pede-lhes a inspiração para escrever (estrofes 4 e 5 do Canto I);
  • Dedicatória - o poeta dedica a obra ao rei D. Sebastião (estrofes 6 a 18 do Canto I);
  • Narração - a narrativa da viagem, in medias res, partindo do meio da acção para voltar atrás no tempo e explicar o que aconteceu até ao momento na viagem de Vasco de Gama e na história de Portugal, e depois prosseguir na linha temporal.
Por fim, há um epílogo a concluir a obra (estrofes 145 a 156 do Canto X).
 
Os planos temáticos da obra são:
  • Plano da Viagem - onde se trata da viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia de Vasco da Gama e dos seus marinheiros;
  • Plano da História de Portugal - são relatados episódios da história dos portugueses;
  • Plano do Poeta - Camões refere-se a si mesmo enquanto poeta admirador do povo e dos heróis portugueses;
  • Plano da Mitologia - são descritas as influências e as intervenções dos deuses da mitologia greco-romana na acção dos heróis.
Ao longo da narração deparam-se-nos vários tipos de episódios: bélicos, mitológicos, históricos, simbólicos, líricos e naturalistas.

A estrutura externa refere-se à análise formal do poema: número de estrofes, número de versos por estrofe, número de sílabas métricas, tipos de rimas, ritmo, figuras de estilo, etc. Assim:
  • Os Lusíadas é constituído por dez partes, liricamente chamadas de cantos;
    • cada canto possui um número variável de estrofes (em média, 110);
    • as estrofes são oitavas, tendo portanto oito versos; a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos (AB AB AB CC, ver na citação ao lado);
    • cada verso é constituído por dez sílabas métricas (decassilábico), nas sua maioria heróicas (acentuadas nas sextas e décimas sílabas).
Sendo Os Lusíadas um texto renascentista, não poderia deixar de seguir a estética grega que dava particular importância ao número de ouro. Assim, o clímax da narrativa, a chegada à Índia, foi colocada no ponto que divide a obra na proporção áurea (início do Canto VII).