quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Memorial do convento

Resumo

Capítulo I
D. João V está há dois anos casado com D. Maria e ela ainda não engravidou. A rainha reza e, recebe o rei nos seus aposentos duas vezes por semana. No início do seu casamento, o rei e a rainha dormiam todos os dias juntos, mas isso deixou de acontecer porque a rainha levava sempre um cobertor de penas e com o tempo o cheiro tornou-se insuportável. O rei para se distrair, começou a fazer em puzzle a basílica de S. Pedro, mas a rainha espera que ele cumpra o seu dever conjugal. Enquanto o rei se dirige para os aposentos da rainha, chega ao Castelo o D. Nuno da Cunha, bispo inquisidor, e com ele vem um franciscano velho. D. Nuno da Cunha afirma que o frei António de S. José assegurou que se o rei construi-se um convento em Mafra, teria descendência, enquanto isso, a rainha conversa com a marquesa de Unhão, rezam jaculatórias e proferem nome de santos. Logo após a sua saída, do bispo e do frei, o rei anuncia-se e, consumado o acto, segundo o conselho dos médicos D. Maria deve “guardar o choco” e proferindo orações pede que nasça um filho. D. Maria sonha com o seu cunhado, D. Francisco. O rei encontra-se nos seus aposentos e também sonha como a sua mulher, só que sonha com o filho que poderá nascer devido á promessa da construção do convento de Mafra.

Memorial do convento

Capitulo II

Se a rainha tivesse o filho, seria visto como um dos vários milagres da ordem de S. Francisco. Um dos milagres por exemplo, foi que um tal frei Miguel da Anunciação, mesmo depois de morto, conservou o seu corpo intacto durante dias, atraindo, desde então, uma grande quantidade de devotos para a sua igreja. Outro exemplo foi no caso em que S. António vigiava a igreja franciscana, através da sua imagem pregou um grande susto a uns ladrões que tentavam assaltar a mesma. Outro exemplo foi o roubo de três lâmpadas de prata do convento de S. Francisco de Xabregas no qual uns ladrões que entravam na clarabóia e passaram juntam á capela de Santo António e não roubaram nada. Os frades estavam desconfiados de que os ladrões ainda estivessem escondidos na igreja, mas constataram que no altar de S. António que era rico em prata, nada tinha sido mexido. Os frades dormiram, mas estavam com receio que o santo os prejudicasse devido ao insulto que um dos frades proferiu, culpando-o de ter deixado passar por ali os ladrões. Na manhã seguinte, apareceu na portaria do convento um estudante que, quis falar com o bispo e revelou estarem as lâmpadas no Mosteiro da Cotovia, dos padres da Companhia de Jesus. Assim fez com que desconfiassem dele, pensando que ele era o autor dos roubos e que se tinha arrependido, mesmo este querer ser padre. As lâmpadas voltaram S. Francisco de Xabregas mas o autor dos roubos nunca foi descoberto.
O narrador faz-nos desconfiar que o frei já sabia através do confessor de D. Maria Ana, que a mesma já estava grávida e o rei não sabia.

Memorial do convento

                 Personagens:
 










Grupo do poder:

D.João V
D. Maria Ana Josefa

Grupo contra-poder:

Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão
Domenico Scarlatti
Baltasar
Blimunda

Outras personagens:

Sebastiana Maria de Jesus
João Francisco e Marta Maria
Álvaro Diogo e Inês Antónia
Gabriel
João Elvas
D. Nuno da Cunha
Frei António de São José
Frei Boaventura de São Gião
Infante D.Francisco
Infante D. Maria Bárbara
Clero
Povo

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Luís de Sttau Monteiro


Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro (Lisboa, 3 de Abril de 1926 - Lisboa, 23 de Julho de 1993) foi um escritor português.
Licenciou-se em Direito, que exerceu por um curto período de tempo, dedicando-se depois ao jornalismo. A sua estadia em Inglaterra, durante a juventude, pô-lo em contacto com alguns movimentos de vanguarda da literatura anglo-saxónica. Na sua obra narrativa retrata ironicamente certos estratos da burguesia lisboeta e aspectos da sociedade portuguesa sua contemporânea.
Estreou-se, em 1960, com “Um Homem não Chora”, a que se seguiu “Angústia Para o Jantar” (1961), obra que revela alguma influência de escritores ingleses da geração dos angry young men, que o consagrou, e” E Se For Rapariga Chama-se Custódia” (1966). Destacou-se, sobretudo, como dramaturgo, nomeadamente com” Felizmente há Luar!” (1961), peça que, sob influência do teatro de Brecht e recuperando acontecimentos da anterior história portuguesa, procurava fazer uma denúncia da situação sua contemporânea.

Obras
  • 1960 - Um Homem não Chora
  • 1961 - Angústia para o Jantar
  • 1966 - E se for Rapariga Chama-se Custódia
  • 1966 - Sttau-Pal
  • 1967 - O homem que fez xix
  • 1965 - O senhor que sonhava com Bolicao
  • 1966 - Quando é a puberdade ?
  • 1965 - A mulher que queria o fim do mundo

Teatro
  • 1961 - Felizmente Há Luar!
  • 1963 - Todos os Anos, pela Primavera
  • 1965 - O Barão (1965, adaptação teatral da novela de Branquinho da Fonseca)
  • 1966 - Auto da Barca do Motor fora da Borda
  • 1967 - A Guerra Santa
  • 1967 - A Estátua
  • 1968 - As Mãos de Abraão Zacut
  • 1971 - Sua Excelência
  • 1979 - Crónica Atribulada do Esperançoso Fagundes

Felizmente há luar


Felizmente Há Luar!”, de Luís de Sttau Monteiro

RESUMO

Contextualização

A história desta peça passa-se na época da revolução francesa de 1789. As invasões francesas levaram Portugal à indecisão entre os aliados e os franceses. Para evitar a rendição, D. João V foge para o Brasil. Depois da primeira invasão, a corte pede auxilio a Inglaterra para reorganizar o exército. Estes enviam-nos o general Beresford. Luís de Sttau Monteiro denuncia a opressão vivida na época do regime salazarista através desta época particular da história. Assim, o recurso à distanciação histórica e à discrição das injustiças praticadas no inicio do século XIX, permitiu-lhe, também, colocar em destaque as injustiças do seu tempo, o abuso de poder do Estado Novo e as ameaças da PIDE, entre outras. 

Carácter épico

Felizmente há luar é um drama narrativo, de carácter social, dentro dos princípios do teatro épico e inspirado na teoria marxista, que apela às reflexão, não só no quadro da representação, mas também na sociedade em que se insere.
De acordo com Brecht, Sttau Monteiro pretende representar o mundo e o homem em constante evolução de acordo com as relações sociais. Estas características afastam-se da concepção do teatro aristotélico que pretendia despertar emoções, levando o publico a identificar-se com o herói. O teatro moderno tem como preocupação fundamental levar os espectadores a pensar, a reflectir sobre os acontecimentos passados e a tomar posição na sociedade em que se inserem. Surge, assim, a técnica do distanciamento que propõem um afastamento entre o actor e a personagem e entre o espectador e a história narrada, para que, de uma forma mais real e autêntica, possam fazer juízos de valor sobre o que se está a ser representado.
Desta forma, o teatro já não se destina a criar terror ou piedade, isto é, já não tem uma função purificadora, realizada através das emoções, tendo, então, uma capacidade crítica e analítica para quem o observa. Brecht pretendia substituir o “sentir” por “pensar”, levando o público a entender de forma clara a sua mensagem por meio de gestos, palavras, cenários, didascálicas e focos de luz.
Estes são, também, os objectivos de Sttau Monteiro, que evoca situações e personagens do passado (movimento liberal oitocentista), usando-as como pretexto para falar do presente (ditadura salazarista) e, assim, pôr em evidencia a luta do ser humano contra a tirania, a opressão, a injustiça e todas as formas de perseguição.
 
 
Personagens consoante as suas posições:

1. Os do Poder:
. D. Miguel Forjaz
. Marechal Beresford
. Principal Sousa
2. O Povo:
. Manuel, o mais consciente dos populares
. Rita
. O Antigo Soldado
. Vicente
3. Os Delatores:             
. Morais Sarmento
. Andrade Corvo
. Vicente
As individuais:
. Frei Diogo de Melo, o homem sério da igreja
. António de Sousa Falcão, o amigo
. Matilde de Melo, a companheira de todas as horas
. General Gomes Freire de Andrade

fonte: http://www.notapositiva.com/pt/apntestbs/portugues/12_felizmente_ha_luar.htm